28 setembro 2007

I kissed a girl





Janis Ian – Folk is the New Black (2006), Rude Girl and Cooking Vinyl Records

Sabe aqueles discos que ficam um tempão guardados, e de repente, você o descobre, escuta despretensiosamente e acha do caralho ?

Pois é, Folk is the New Black é um deles.

Recheado de pop´s redondos, perfeitos, melodias bonitas e levadas cool, Janis Ian segue a fórmula básica das cantoras folk, e a executa de forma competente. Contemporânea de mestres como Joni Mitchell, Bob Dylan, Tom Petty, Lucinda Williams, Bruce Springsteen, Janis faz diminuir o batimento cardíaco, e nos proporciona uma viagem tranqüila pelo mundo do folk rock.

Humor inteligente, ironias, desilusões e críticas diretas a um país conservador e cada vez mais careta dão a linha do álbum mais recente dessa veterana do folk, também conhecida como ativista em luta contra o monopólio das grandes gravadoras e como ícone GLBT.

As faixas The Great Divide e Jackie Skates mostram Janis como Joni, conseguindo colocar um bloco maciço de palavras de forma sutil, em perfeita consonância com a melodia, sem o impacto e a agressividade do discurso de um Dylan ou Drake.

Standing In The Shadows Of Love , é um rock básico com roupagem mais delicada e feminina, combinando com eficiência e bom gosto o vigor contido na canção com a suavidade da interpretação da artista.

Crocodile Song remete ao Van Morrison de Moondance, e mostra Janis Ian segura e versátil.

Multifuncional. Perfeito para relaxar e colocar pra cima ao chegar cansado em casa, enrolar o trabalho pela manhã, ficar junto, sentir saudade...

24 setembro 2007

Karma Police

Por mais monótona e enfadonha que achemos a nossa vida, é só prestarmos atenção aos pequenos detalhes e ela se torna multicolorida e cheia de vida.

Uma análise mais minuciosa nos traz revelações que somente o ser mais materialista do mundo não reconheceria como sendo obra de um mundo-moinho.

Sim, o mundo é um moinho e somos apenas a água que o movimenta. Não há como negar.

Por quê me mandaram pra cá? Com certeza algo cármico.

Novamente periférico.

Sempre um estrangeiro, um colorado e alguém que aprecia música de forma anormal. Um verdadeiro alienígena em todos os lugares que passa. Vendo por esse lado, nada parece mudar.

Mas como tudo roda moinho, roda pião, eles voltaram.

Voltaram. E todos os dias me ajudam a compreender melhor o que acontece e o que me cerca nessa terra de calor infernal.

Smashing Pumpkins, Radiohead, Stone Temple Pilots, Rage Against the Machine, Rollins Band. Soundgarden, Blues Traveler, Dave Mathews, Paul Westerberg, Weezer, Nirvana e Blind Melon. Tarantino, Kevin Smith, Oliver Stone, Kubrick e Cameron Crowe. O velho Veríssimo, Chomsky, Drummond e Pessoa. Eles e muitos outros.

Os preferidos da primeira e consciente explosão hormonal, cerebral e sensorial estão de volta.

Detalhes novos, nuances novas, lembranças proustianas. Um novo olhar familiar e surpreendente sobre tudo aquilo que achávamos estar cansados de conhecer.

Amigos antigos se tornam novos, e novos se tornam antigos e mais presentes. A vida nos transformando sem parar.


Tudo muito foda. Tudo muito do caralho.




Discos da Semana: Siamese Dream - The Smashing Pumpkins, Diletantismo - Grupo Rumo

Livro do Resto do Ano: Em Busca do Tempo Perdido - Marcel Proust

18 setembro 2007

Começar....

em breve....